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quinta-feira, 20 de março de 2008

Web 3.0? Calma, muita calma nessa hora...

Hoje recebi uma mensagem da lista de discussão Jornalistas da Web sobre uma matéria publicada no Globo Online. Falava sobre Web 3.0. Santo Deus! Mesmo eu, que me considero um profissional ligado às novas tecnologias, não consigo vislumbrar quando nós, brasileiros, saberemos, na prática o que é isso. Mal entramos na era do que muitos chamam Web 2.0 e uma nova "versão" já começa a ser debatida. A referida matéria diz, entre outras coisas, o seguinte: "ir ao cinema, pedir pelo celular a lista de filmes em cartaz, comprar o ingresso após ler sinopses e dicas de outros espectadores e, de quebra, descobrir onde fica o restaurante mais próximo, com direito a mapa indicativo e notas de 0 a 10, dadas por outros freqüentadores do local".
Legal! Muito bacana mesmo, mas vamos botar os pés no chão, galera. Ainda nem vencemos a barreira da popularização da banda larga na telefonia convencional para acesso à internet, o que dirá a tecnologia 3G para telefonia móvel. Até onde sei, apenas uma operadora está utilizando a 3G, e isso há coisa de poucos meses. Diga-se de passagem, nem é a operadora de maior abrangência no mercado. Será que estou exagerando? Ou será que estou ficando velho? Ou as duas coisas?
Bem, de toda forma, sou sempre a favor da tecnologia. O que me incomoda, por vezes, é a rapidez com que as pessoas valorizam tanto algumas coisas que ainda nem palpáveis são. Estamos em plena descoberta dos benefícios que a nova fase por que passa a internet vem nos proporcionando (o que muitos chamam de Web 2.0). Mas e as coisas simples que ainda nos são úteis, tais como o bom e velho HTML, o e-mail, o hipertexto, dentre outras? Tudo isso continua aí, firme e forte. Vamos lá, vamos conversar e discutir sim sobre as novas tecnologias, mas sempre com moderação, sem esquecer que muito do que consideramos simples, às vezes ainda tem muito a oferecer. Muita calma nessa hora, pessoal... Até a próxima!

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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Monitoramento virtual da criminalidade
não recebe apoio no Espírito Santo

A segurança pública é sempre listada entre os principais problemas sociais em todo o território nacional. No Espírito Santo isso não é diferente. Todavia, quando iniciativas como a de dois profissionais (um jornalista e um designer gráfico) aparecem como ferramentas concretas e praticamente gratuitas para auxiliar na proposição e execução de políticas públicas no setor, o que se vê é uma total falta de apoio de empresas e poderes constituídos.
Assim foi com o site http://www.gvcrime.org/, lançado ano passado, em Vitória (ES), pelo designer e mestre em psicologia Hugo Cristo e o jornalista Alex Cavalcanti. Segundo Hugo Cristo, que foi o desenvolvedor do site, o GVCrime é um projeto de pesquisa cujo objetivo é mapear visualmente os índices da violência dos municípios que compõem a região metropolitana da Grande Vitória (Espírito Santo) e divulgar gratuitamente um conjunto de dados organizados no tempo e espaço que possa ser utilizado tanto em pesquisas futuras que investiguem o fenômeno, quanto em políticas públicas que previnam ou minimizem os reflexos da violência.
Tal iniciativa esbarrou, entretanto, na necessidade de se manter uma estrutura mínima de funcionamento do projeto, com um ou dois estagiários (que deveriam ser subsidiados), sala com dois ou três computadores ligados à internet e telefone. Após passar o pires por diversas empresas privadas e instituições governamentais, o máximo que o projeto conseguiu foi um local para trabalhar, em uma faculdade privada de Vitória. Lamentável.
Mas por que isso ocorre com um projeto assim? Falta de criatividade? Não. Falta de utilidade? Muito menos. A imprensa capixaba já inclusive adota o site como fonte para suas matérias. O que acontece neste caso é um medo generalizado de apoiarem algo que pode confrontar e contrariar, com dados, determinadas ações e políticas adotadas pela área de segurança pública do governo estadual. Ainda no ano passado, o secretário de segurança pública anunciou o fechamento de bares, em determinadas regiões da Grande Vitória, em horários específicos. Os dados do GV Crime mostraram que tal medida seria ineficaz, com base em indicadores concretos. O governo, por sua vez, não apresentou quaisquer estatísticas que justificassem sua proposta. Resultado: o fechamento não vingou.
O que isso tudo tem a ver com esse blog? Tudo! Estamos falando de uma ferramenta poderosa, não só para o jornalismo on-line, mas para todos os outros veículos de comunicação que o queiram utilizar. Não deixem de fazer uma visitinha para ver como funciona o sistema. É realmente muito bom.

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Do papel à convergência

É no mínimo interessante perceber como os profissionais de jornalismo, tal qual professores e estudantes da área, demoraram a entender o fato de que a Internet abriu novas fronteiras para os atuais e futuros coleguinhas, no que diz respeito ao mercado de trabalho. Sim, o webjornalismo está aí, consolidado, gerando empregos, crescendo e buscando profissionais bem qualificados para a função.
Entretanto, o que se vê - seja nas empresas de comunicação, seja nas instituições de ensino superior - é uma falta de percepção dos profissionais e alunos sobre as novas perspectivas que a Internet traz para o jornalismo, a saber: interatividade, multimidialidade, hipertextualidade, tempo real e a convergência. A linearidade de pensamento aliada à cultura do papel e, em alguns casos, à preguiça mesmo, nos mostra exemplos os mais diversos de publicações on-line com "cara" de jornal impresso.
Enquanto ainda se teima em produzir para a web tal como para o impresso, a tecnologia vai avançando a passo largos, deixando muita gente para trás. Quando chegarem a "descobrir" que o "empacotamento" da notícia jornalística na Internet tem características próprias (e muito melhores que os meios de comunicação de massa tradicionais), já teremos outro modelo tecnológico em nossos calcanhares, exigindo novas formas de escrita e edição no exercício do jornalismo. A utilização dos equipamentos móveis (PDAs e celulares) no ciberespaço é um exemplo disso. Cresce de forma exponencial, o que nos leva a um outro formato de notícias, cujo mercado terá ainda mais dificuldades para encontrar profissionais capacitados.
O que dizer então do processo de convergência de mídias? E não falo aqui simplesmente da fusão de redações de veículos diferentes - tal como a realizada, por exemplo, no Espírito Santo, pela rádio CBN com o portal Gazeta On-line -, mas sim de um processo em que as grandes redes não mais pensarão a produção de notícias a partir de pautas separadas em veículos distintos. Falo, sim, de uma produção jornalística em que as pautas sejam as mesmas em uma rede, porém, "empacotadas" e aproveitadas em todas as suas mídias, de acordo com as características de cada uma, sem a mera transposição de conteúdo.
Isso não está longe de acontecer, ao contrário do que muitos possam pensar. E aí, fico a pensar se a academia, bem como os profissionais que já atuam no mercado, estão preparados para acompanhar esse processo quando mal começamos a dar os primeiros passos naquilo que Pollyana Ferrari chama de "pensar as matérias em três dimensões". Ou seja, aproveitar todas as potencialidades oferecidas pela web dentro do texto jornalístico. Pelo cenário que ora se apresenta, o mais provável é que as instituições de ensino superior fiquem a reboque. Mas não somente pelo fato de alunos e professores ainda se agarrarem à cultura do texto para o papel. Há que se considerar também que essa adequação ao processo de convergência requer infra-estrutura, que, por sua vez, tem um custo. E quando se fala em custos para qualquer instituição de ensino superior - seja ela pública ou privada - as coisas tendem a se arrastar ainda mais. Mas esta é uma outra questão, merecedora de outro artigo.
Por agora, o que me interessa é refletir sobre a necessidade de nós, profissionais de jornalismo, entendermos que estamos diante de uma nova mídia, com peculiaridades próprias e que, como tal, requer uma utilização diferenciada. Como bem diz Marcos Palácios, em seu livro Modelos de Jornalismo Digital - organizado juntamente com Elias Machado -, pela primeira vez nós, jornalistas, estamos diante de um fato, no exercício da profissão, nunca antes visto: o jornalismo na web rompeu as limitações de tempo e espaço das quais sempre fomos "escravos". Então, por que não aproveitar isso? Por que ainda vemos muito mais fotos nas versões impressas do que nas versões on-line da grande maioria das publicações jornalísticas? Isso sem falar no baixíssimo índice de utilização de podcasts, vídeos, enquetes, posts, fóruns, dentre outras ferramentas que somente a Internet pode oferecer.
A responsabilidade do ensino do jornalismo on-line nos cursos de Comunicação Social torna-se gigantesca nesse contexto. É preciso que os professores transcendam suas "cabeças de papel" para poderem mostrar a seus alunos as novas perspectivas e possibilidades trazidas - e porque não dizer, exigidas - pela Internet. Mas, paradoxalmente, isso requer algum tempo, tempo esse que a tecnologia não nos dá, ainda que nossa tão arraigada cultura linear assim o requeira, para que seja devidamente superada.

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domingo, 24 de fevereiro de 2008

Finalmente blogueiro...

Pois é, meus amigos, cá estou eu, na tão falada "blogosfera". Ainda não sei bem o que vou fazer por aqui, mas quero crer que vou me apaixonar por isso tanto como pelo jornalismo on-line.